14 November 2023
Comeram o meu amor
26 October 2023
23 October 2023
3 October 2023
Viva la Vida ou Poema no México
28 September 2023
Torcicolo
16 September 2023
Phenomenal Woman
15 September 2023
Línguística
4 September 2023
18 August 2023
14 August 2023
Mulher
Parto
11 August 2023
Êxtase
9 August 2023
Santa Luzia
O Pioneiro
26 July 2023
23 July 2023
17 July 2023
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Fernando Pessoa
A velha história da plantinha
8 July 2023
Return to Self
Maré
1 July 2023
Mandala
Estás pleno e absoluto
Como o sorriso inocente
De uma menina a brincar.
Estás tranquilo e sereno
Como os olhos que se abrem
Pela primeira vez ao mundo.
Estás íntegro e disponível
Como quem sobe uma montanha
Ou galga as ondas do mar
Ou se perde na floresta primordial.
Estás imenso e completo
Como quem encontra de novo o amor.
Estás livre e em paz
Porque és um ser luminoso,
25 June 2023
Butterflies 🦋
After all, they were moths
21 June 2023
10 June 2023
7 June 2023
Comigo própria
E com o mundo todo
Processo emoções e expressões
Desfio novelos de palavras
Que se cruzam e embrulham e misturam
Como amantes apaixonados
Ou rivais engalfinhados.
Na poesia encontro
A paz das coisas selvagens
A natureza do espírito
Que se quer humano
Feminino, compassivo
Generoso, grato.
Na poesia celebro
Os amores vividos
E os perdidos
As amizades, as mortes,
As boas e as más sortes.
Com a poesia me deito
E me dispo de preconceitos, vícios,
Medos, crendices e artifícios.
Com a poesia me salvo
E me devolvo o amor que mereço
No rescaldo de um qualquer desencontro
Na esperança de salvar o mundo
Sem me quebrar por dentro.
O caminho do bem
Um acto de rendição e humildade.
Era só o coração a abrir uma fresta
Para sentir o calor da luz
Que se anunciava lá fora, convidativa.
Em vez disso, uma rabanada de vento gelado e seco,
Corrente de ar pandémica, sufocante, masculina,
Quase infectando o espírito.
Fecha-se a porta de novo.
Depressa, não.
Devagarinho.
Porque no amor
As mulheres não tem que ser
Sempre as derrotadas
E nem sempre é preciso chorar.
Antes erguer a cabeça e abrir o peito
A quem venha por bem e sem medo.
É que a liberdade não se serve arrogante ou altiva.
Bem-aventurada é a temperança das sábias feiticeiras
Tomando o tempo que é seu,
4 June 2023
Sem limites
27 May 2023
Tao
O descanso do guerreiro
Yang no regaço de Yin.
Acolhedora. Disponível. Maternal.
Os ziguezagues do amor desatento.
Perdidos na cama
Como na vida.
Lânguidos. Aos Sss. Divinos.
Amen.
11 April 2023
4 January 2023
Suavemente em sinuosos
Diagramas de cores
Que se repetem e multiplicam
Enquanto corpos se arrastam
Em câmara lenta
Desdobrando-se e dilatando-se
Gigantes que ainda agora eram do meu tamanho
Passeiam pela sala ondulante, oscilante
Alice do outro lado do gato diletante
Frio abrasador ou calor cortante
As pontas dos dedos dormentes, persistentes
E o estendido repicar dos sinos
Ecoando pelas montanhas e pela pele
Flocos de algodão cercando a língua
Até deslizarem garganta abaixo
Em cascata espiral infinita
Lá fora, paredes de árvores e folhas
Fundem-se e desdobram-se
Em casulos de míticas figuras
Ora diabólicas, sinistras, daninhas
Ora pueris, divertidas, tolinhas
Demónios, girafas, rainhas
Dançam e riem por dentro e por fora
É a vida seguindo novo ritmo
Que afinal é o mesmo de sempre
Enquanto respiro pintas de leopardo
E, pela primeira vez, conheço de novo o meu braço.