26 April 2020

VOCÊ É Que Não Entende Nada + Quotidiana

VOCÊ É Que Não Entende Nada

Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre frito
Lágrimas nos olhos, de tanta maconha
Você é tão bonito
Você manda vir a pizza, eu como
Me bota sobre a mesa, eu tomo, eu tomo
Eu tomo, eu tomo, eu tomo
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me arrumo, eu limpo, engomo, eu não aguento
Você está tão curtido
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz sua roupa imunda, eu lavo
Me deixa toda acesa, eu tomo, eu tomo
Eu tomo, eu tomo, eu tomo
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo

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Quotidiana

Todo dia ele faz tudo sempre igual
Me acorda às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ele diz que é pra eu me cuidar
E que eu sou sua única mulher
Diz que volta na hora do jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E acendo outra boca do fogão.

Seis da tarde, como era de se esperar
Ele chega e me acena do portão
Diz que está muito louco pra deitar
E me beija com a boca de machão

Toda noite ele diz pra eu não me afastar
Meia-noite ele jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E despeja em meu corpo sua dor

Todo dia ele faz tudo sempre igual
Me incomoda às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ele diz que é pra eu me cuidar
E que eu sou sua única mulher
Diz que volta na hora do jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde, como era de se esperar
Ele chega e me espreita do portão
Diz que está muito louco pra deitar
E me beija com a boca de machão

Toda noite ele diz pra eu não me afastar
Meia-noite ele jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E despeja em meu corpo sua dor

Todo dia ele faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã