Na floresta das palavras
Cabem veados,
Cabem veados,
Líquenes e fadas.
Cabem frutos e folhas;
Estrelas cintilantes
Pela lua ofuscadas,
Fetos e ramos de raios de luz
Entre sombras mal recortadas.
Cabem lobos malditos
E duendes e mafarricos,
Aranhas tecedeiras
E gotas de orvalho ordeiras,
Pousadas delicadamente
Em suas teias.
Cabem felinos meigos
E répteis esguios
E pássaros
De fogo e de breu,
Coroas de espinhos
E de flores,
Regatos e chilreios de Orfeu...
Na floresta das palavras
Cabem realidades múltiplas
Imaginários infinitos
Clareiras de silêncio
E encruzilhadas de desvios.
Na floresta das palavras
Cabem os homens,
As mulheres
E todos os seres
E criaturas
De todos os eus.
Só não cabe o teu
Nem o meu.
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