Estava um anjo entediado
Na sua nuvem deitado
Na sua nuvem deitado
Cansado da pandeireta
Da harpa e da corneta
Quis distrair-se um bocado
Foi então que avistou
Uma bruxa atarefada
Toda frenética e despenteada
Entre plantas, penas e cristais
Ratos, sapos e outros animais
Correndo de um lado para o outro
Rodopiando com seus ancestrais
“Oh bruxa, porque não páras um bocadinho?
Sobe à minha nuvem
Faço-te aqui um cházinho!”
A bruxa nem queria acreditar
Realmente estava cansada
Fazia-lhe bem parar.
Largou gatos e caldeirões
Deixou a meio simpatias e poções
Montou na sua vassoura
E lá saiu a voar
Atravessando fronteiras pelos céus
Sobre montes, praias e girassóis
O que depois se ali veio a passar
Entre nuvens, estrelas e lençóis
Não é da vossa conta
Mas vou mesmo assim contar
Foi milagre
Foi magia
Foi maravilhoso!
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