25 June 2023

Butterflies 🦋

Butterflies in my belly
After all, they were moths
Flying around
The faible light
Of a love so weak
That barely came to life.
And yet a stronger push
Did nothing but shatter 
The fitful broken lamp
Spreading its lights all over
As moths flew away
Through the open windows and doors.
And as they flew 
Under the shinning warm sun
Their colours became fiery bright
And their wings grandly light
As they painted the world anew
In tones of love and plenary life.
But butterflies don’t live long
Though living fully and intensely
So soon those fiery colours
Perish into complete darkness
Until someone turns on the lights again
Only to see bats flying around 
In an introspected dance 
Of cure and joy and awe. 🦇

21 June 2023

Poema infinito

 












                                          Fim.

10 June 2023

O amor é para sempre,
Mesmo quando acaba.
Folhas frescas
O bambú nú
Panda consolado.

Haiku de Outono

Ao assobio do vento
As árvores despem-se 
Na floresta molhada.
Os amantes são como os livros.
Muitos deles caem no esquecimento.
Outros terminam tão depressa quanto começam.
Há também aqueles enfadonhos
Que, por muito aclamados que sejam,
Não acrescentam nada de novo
- Só dão sono a cada vírgula!
Há ainda aqueles que já sabemos que vamos gostar,
Só pelo título…
Mas os realmente bons são raros e preciosos.
Tão preciosos que vale a pena demorar cada frase, 
Reler cada capítulo, 
Consultar cada nota de rodapé, 
Fazer pausas e até pegar noutro
Só pelo prazer de voltar a retomar a leitura mais tarde.
Esses, são tão raros e tão caros 
Que é inevitável não chorar o seu fim
Pois são capazes de nos transformar
E deixam uma saudade doce
Para sempre.

7 June 2023

Preocupação

E de tão preocupado 
Em defender sua liberdade
Acabou preso nela.
Na poesia converso
Comigo própria
E com o mundo todo
Processo emoções e expressões
Desfio novelos de palavras
Que se cruzam e embrulham e misturam
Como amantes apaixonados
Ou rivais engalfinhados.
Na poesia encontro
A paz das coisas selvagens
A natureza do espírito
Que se quer humano
Feminino, compassivo
Generoso, grato.
Na poesia celebro
Os amores vividos
E os perdidos
As amizades, as mortes,
As boas e as más sortes.
Com a poesia me deito
E me dispo de preconceitos, vícios,
Medos, crendices e artifícios.
Com a poesia me salvo
E me devolvo o amor que mereço
No rescaldo de um qualquer desencontro
Na esperança de salvar o mundo
Sem me quebrar por dentro.

O caminho do bem

Era só uma passagem bonita,
Um acto de rendição e humildade.
Era só o coração a abrir uma fresta
Para sentir o calor da luz 
Que se anunciava lá fora, convidativa.
Em vez disso, uma rabanada de vento gelado e seco,
Corrente de ar pandémica, sufocante, masculina,
Quase infectando o espírito.
Fecha-se a porta de novo.
Depressa, não.
Devagarinho.
Porque no amor
As mulheres não tem que ser 
Sempre as derrotadas
E nem sempre é preciso chorar.
Antes erguer a cabeça e abrir o peito
A quem venha por bem e sem medo.
É que a liberdade não se serve arrogante ou altiva.
Bem-aventurada é a temperança das sábias feiticeiras
Que, no caminho do bem,
Chegam como partem,
Tomando o tempo que é seu,
Apenas passando em paz,
Ensurdecedoramente silenciosas.


4 June 2023

Sem limites

Fora com os formatos
Os conceitos os costumes
Os géneros as categorias
Definições classificações
E demais arrumações e ficções
Abaixo as tabelas os índices
As prioridades as normas
Modelos abstrações
Enumerações inventários e catalogações
Abaixo as vírgulas os pontos as ordenações
E até as palavras
- essas castradoras
E viva viva o amor
Infinita expressão
Improvisada
Da liberdade
Sem limites