Do bairro do amor
Saem todos bem fodidos
Saem todos bem fodidos
Ou bem casados
Nem sempre bem pagos
Mas emparelhados
E emparedados
Em cubículos indiferenciados
Onde ninguém se cruza
Ninguém se vê
- Quanto muito, ouve-se
Porque não quer
Porque não precisa
Porque não sabe
Que são todos diferentes
E todos iguais
Todos demais
Mas, no silêncio da noite,
Quando pardos se deitam
A intimidade explode
Ele ressona
Ela peida-se
E no berço vazio
Dorme a esperança
De um dia voltar
Ao bairro do amor
Onde a vida
Era um carrossel.
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