Que ninguém decifra,
Ninguém desvenda
Nem antecipa.
Eu sou aquela
Que é má e boa,
Metade mulher
Metade leoa.
Eu sou aquela
Que é feita de pedra
Mas cuida sempre
De quem a observa.
Eu sou aquela
Enterrada na areia
- Se chegas muito perto
Cais na minha teia.
Eu sou aquela
Que é nova ansiã,
Austera e invicta
Dos corações guardiã.
Eu sou aquela
Que espera sozinha
E, mesmo parada,
Segue a sua trilha..
Eu sou aquela
Que o tempo corrói sem dó.
Um dia minha pedra
Voltará a ser pó
E todos vão perceber
Porque nunca me senti só.