Continuando a nossa conversa...

Sim, que és bonita, menina!
Sim, que as tuas lágrimas deslizam reluzentes
Pelo teu rosto pequenino e inteligente.
Sim, que te brilham os olhos azuis
Sob as montanhas do esforço do teu sofrimento.
Sim, que te dói a alma grande de menina
Com a força do vento e do mundo.
Sim, que queres partir o avião
E tens todo o direito de o querer!
Sim, que te ajudo se a vontade persistir.
Sim, que me encantas e afliges
E me fazes esquecer da vida toda.
Havia de ser proibida tanta dor
No peito de uma menina bonita!
Sim, que compreendo
Que, lá por seres menina,
Também tens o direito de te encheres de raiva.
Mas não de dor, oh menina!
E, sim, que aterramos.
E as palmas e sinetas patetas
Te empurraram o riso escondido.
Sim, ri, ri, oh menina!
Ri e não partas o avião!
Ri, e deixa o riso correr
Que já temos os pés no chão.
Ri, menina, que eu rio contigo.
Sim, ri, oh menina,
Que és tão mais bonita a rir!
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