Lembrar-me que estás morto.
É como cair num poço.
Eu nunca caí num poço.
Mas já acordei estremunhada
Com aquela sensação
De ficar sem chão
Em vertigem desamparada.
Lembrar-me que estás morto
É uma dor sem fim
Um grito surdo, agudo e ruim
Um buraco negro no peito
Um sonho lindo desfeito
De um rio correndo para fora do leito
Lembrar-me que estás morto
É um salto em queda livre
No vazio infinito
É um mergulho picado
A pressao profunda e gelada
Que esmaga o coração
E me aperta a vida toda.
É como cair num poço.
Eu nunca caí num poço.
Mas já acordei estremunhada
Com aquela sensação
De ficar sem chão
Em vertigem desamparada.
Lembrar-me que estás morto
É uma dor sem fim
Um grito surdo, agudo e ruim
Um buraco negro no peito
Um sonho lindo desfeito
De um rio correndo para fora do leito
Lembrar-me que estás morto
É um salto em queda livre
No vazio infinito
É um mergulho picado
A pressao profunda e gelada
Que esmaga o coração
E me aperta a vida toda.