O amor é uma espera
(Im)paciente
Ambivalente
É um compasso de pausa
É um retrato queimado
Um intervalo
Em silêncio
Um sopro
Um retiro do coração
Preso a ti
Por um fio
De tinta
Que desliza pela face
Iluminando o caminho
E escrevendo a história.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Fernando Pessoa