26 July 2023

O amor é uma espera
(Im)paciente
Ambivalente
É um compasso de pausa
É um retrato queimado
Um intervalo
Em silêncio
Um sopro
Um retiro do coração
Preso a ti
Por um fio
De tinta
Que desliza pela face
Iluminando o caminho
E escrevendo a história.

23 July 2023

Das doenças

Morrer de amor ou de stress? 
Que nunca haja dúvida! 

17 July 2023

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te. A resposta

Está além dos deuses.

Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.


Fernando Pessoa

A velha história da plantinha

As plantas são como o amor:
Não rega, não cresce.
Rega demais, apodrece.

8 July 2023

Return to Self

Solstice extended.
To dive into one’s own light
Only to return 
To primordial darkness
And embrace the universe
With the heart
In silence.
Stillness.
Peace.
Glow.

Maré

Na tua dança me embalas
Atiras e seguras
Enquanto rodopio brilhante 
Na espuma suave 
Dos teus braços fluidos
Revoltos, viris.
Aconchegando-me
Nos salpicos salgados
Da tua voz profunda,
Finalmente mergulho cheia
No sono reparador
Do mundo. 

1 July 2023

Mandala

Somos como mandala
Que se desdobra em cores
E formas caleidoscópicas
Fractais da vida
Que se multiplicam
Contaminam e fertilizam
Numa dança infinita 
De amor e luz.
Meu bem, tu não estás preso.
Estás pleno e absoluto
Como o sorriso inocente
De uma menina a brincar.
Estás tranquilo e sereno
Como os olhos que se abrem
Pela primeira vez ao mundo.
Estás íntegro e disponível
Como quem sobe uma montanha
Ou galga as ondas do mar
Ou se perde na floresta primordial.
Estás imenso e completo
Como quem encontra de novo o amor.
Estás livre e em paz
Porque és um ser luminoso,
Vivo, muito amado e esperado.