Dás-me saudades do amor
Da vertigem da vida
Do vendaval de cor!
Saudades dos pássaros
A voar
E da melodia de seu bico
A assobiar.
Ai poeta,
Lembras-me o romance
Que nunca aconteceu
E o amante
Que nunca foi meu.
E dás-me vontade
De chegar aonde sonhei
Lá bem longe
Perto do horizonte
Onde fica eu não sei.
Ai poeta,
Devolves-me a paz
Ao entoares as rimas e os acordes
Que me lembram capaz
De amar quem nunca conheci
Fazer o que nunca fiz
E que jamais esquecerei
Ou tãopouco recordarei
Porque também eu sou rainha
Nesse magnífico reino
Sem egos, formas ou leis
Onde todos andamos nús
Sorrindo
Porque não somos ninguém.