Sangue viscoso e quente
Escorrendo pelas pernas
Lentos coágulos
Sujando lençóis e cuecas
Gastando o meio ambiente
Fechado em saquinhos
De plástico estridentes
Desenhando espirais encarnadas
Nas águas paradas
Do banho, da latrina
E mais uma toalha ensanguentada
Fina e segura é um raio que me parta!
E o copo que aleija
E nunca fica direito
E cola-se às paredes
E faz vácuo
E enfiou-se lá para dentro
Escapando ao contorcionismo
Dos dedos suplicantes
Mais um tampão
Oh não!
E o papel higiénico que se gasta?
E o juízo e a alegria
Tudo é miséria
Tudo é desgraça
Porque o que é nojento
Não é o período
É o raio desta neura dorida
Que nunca mais me passa!
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