Um mapa invertido
Uma rosa dos ventos sem norte
Encontraram-se entre as linhas
Das entrelinhas da sua sorte.
Ele estava meio desligado.
Ela ia cheia de gás.
Ele rodopiou-a numa rasteira
E ela caiu redonda no chão - prás!
De repente, tudo se misturou:
Norte e sul
E céu e mar
- Tudo era azul,
Tudo era ímpar.
Confundiram-se os desenhos
Dos corpos e das almas.
Já não eram só estranhos,
E os anjos batiam-lhes palmas!
Enredaram-se pelas linhas tortas
Das suas direcções direitas;
Que de tão torcidas e desnorteadas
Eram afinal tão simples, escorreitas.
Ensarilharam-se as tatuagens,
Sinais de sangue a tinta da china,
Marcando a preto o seu destino:
Onde um começa, outro termina.
E foi assim que, no meio da confusão,
Ganharam o espaço e o tempo,
Para celebrar o redescobrimento
Desse novo mundo em contrução.
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