Que decidiu acender
Em mim para
Desde então,
Insistir em existir
Numa casa de xisto
Onde ainda vou morar,
Sentir a vida
Saborear
Essa terra húmida
E a pureza do ar
Arrefecendo
Os meus pulmões
Quentes, latentes
Quais alforrecas
A ondular
No azul imenso
Do mar.
A esse ritmo
Esse pulsar
Essa extraordinária
Máquina
Sempre a funcionar
Sem precisar
Que ninguém a controle
Ou reclame
Mesmo quando
Me esqueço
De a cuidar e amar.
Ainda assim,
Ela continua
Sem parar
Até ao dia
Que ela escolha
Para me libertar.